Como voltar a andar após fratura de tíbia e fíbula: Um guia prático e baseado em evidência
- Dr. Herberton Araújo - Fisioterapeuta

- há 20 horas
- 4 min de leitura

Voltar a andar após fratura da tíbia e fíbula depende do tipo de fratura, do tratamento (conservador ou cirúrgico), da estabilidade da fixação e do plano de reabilitação. Protocolos modernos tendem a iniciar carga progressiva mais cedo quando a fixação ou a consolidação permitem, combinando controle da dor, fisioterapia dirigida e monitorização por imagens.
Voltar a andar após fratura da tíbia e fíbula: Entenda seu caso antes de tudo
Tipo de fratura (diáfise, proximais, ínsulas articulares) e estabilidade definem o ritmo de recuperação. Fraturas estáveis ou bem fixadas permitem progressão mais rápida da carga; fraturas instáveis exigem proteção prolongada. Musculoskeletal Key
Tratamento ortopédico (gesso, tala, haste intramedular, placa ou fixador externo) influencia diretamente quando e quanto peso você poderá colocar sobre a perna. Pergunte ao seu cirurgião qual o plano de carga prescrito. Online.ao-alliance.org
Fases gerais da reabilitação (visão clínica prática)
Observação: os prazos abaixo são aproximados; seu caso pode exigir adaptação.
Imediato / pós-operatório (0–2 semanas)
Controle da dor e edema; mobilização precoce de quadril e joelho conforme tolerância; exercícios respiratórios e mobilidade de membros não afetados.
Início de mobilização de tornozelo/joelho quando liberado pelo cirurgião.
Início de carga progressiva (2–6 semanas, se permitido)
Muitos protocolos atuais favorecem carga parcial progressiva tão logo a fixação/estabilidade permitam, porque isso melhora força e função sem aumentar complicações quando a fixação é adequada. A progressão é feita em conjunto com avaliação clínica e radiográfica.
Progresso para carga total e treino de marcha (6–12 semanas)
Conforme sinais de consolidação óssea e conforto, evolui-se para carga completa, treino de passo, equilíbrio e marcha com auxílio (bengala/andador) até independência. A consolidação radiográfica costuma ser monitorada.
Recondicionamento e retorno às atividades (3–6 meses e além)
Fortalecimento específico, propriocepção, treino de marcha em variedade de superfícies, reintrodução progressiva de trabalho e esporte conforme critérios funcionais. Muitas fraturas da tíbia levam meses para consolidação completa; a recuperação funcional continua por vários meses.
O papel da fisioterapia — o que realmente funciona
A literatura destaca que fisioterapia estruturada acelera a recuperação funcional e reduz complicações funcionais. Intervenções-chave:
Controle de dor e edema (crioterapia, elevação, compressão)
Exercícios de mobilidade para tornozelo, joelho e quadril (prevenir rigidez)
Treino de força progressiva (isométricos iniciais → resistência conforme consolida)
Treino de marcha com feedback e treino funcional (step-ups, subida de escada, marcha em diferentes terrenos)
Treino de equilíbrio/propriocepção para reduzir risco de quedas
Estimulação neuromuscular e reeducação em casos com déficit motor significativo Sage Journals+1
Essas estratégias são adaptadas à fase de cura e à estabilidade do osso/fixação.
Carga: “Quando posso pisar?” princípios atuais
Não há uma regra universal. A decisão se baseia em estabilidade da fratura, tipo de osteossíntese e avaliação clínica/ radiográfica. Muitos centros favorecem carga parcial precoce e progressiva em fraturas estáveis/ bem fixadas, e restrição de carga em fraturas instáveis ou com fixação frágil.
Em linhas gerais: se o cirurgião liberar e a fixação for considerada segura, progride-se de carga assistida → parcial → total conforme tolerância e imagens de consolidação. Medir progressão com critérios (ausência de dor intensa, radiografia satisfatória, aumento de força) é prática recomendada.
Exemplos práticos de exercícios por fase (orientação clínica)
Fase inicial (sem/baixa carga): contrações isométricas do quadríceps, dorsiflexão/plantiflexão do tornozelo em amplitude tolerada, mobilização passive/assistida do joelho.Fase intermediária (parcial → progressiva): fortalecimento concêntrico/resistido com faixa elástica, step rendah, marcha assistida, treino proprioceptivo sentado/ em apoio parcial.Fase avançada (carga total/retorno): treino de subida/descida de escada, treino de marcha em diferentes superfícies, exercícios pliométricos leves e treino funcional específico para atividade profissional/esportiva. Sage Journals
Complicações que mudam o plano (sinal de alerta)
Procure seu médico/fisioterapeuta se aparecerem:
Dor intensa nova ou progressiva ao apoiar;
Deformidade visível;
Febre, vermelhidão significativa ou drenagem (sinal de infecção);
Perda súbita de sensibilidade ou função motora.Esses sinais exigem reavaliação imediata e ajustes no tratamento. Online.ao-alliance.org
Evidência científica em poucas linhas
Revisões e estudos recentes mostram que protocolos com carga progressiva precoce, quando a fixação é estável, podem acelerar recuperação funcional sem aumentar complicações em muitos tipos de fraturas do membro inferior. Contudo, recomendações variam entre fratura e técnica cirúrgica; por isso a individualização é essencial.
Diretrizes e manuais clássicos (AO) ainda são referência, mas na prática muitos centros adaptam restrições tradicionais para protocolos mais precoces com monitorização.
Plano de ação prático para o paciente
Siga a orientação do cirurgião sobre carga inicial e exames de controle.
Inicie fisioterapia o quanto antes quando liberado — quanto antes começar o treino funcional adequado, melhor o condicionamento e menor o risco de rigidez e atrofia.
Progrida carga gradualmente com medição de dor e acompanhamento de imagens (radiografias).
Mantenha atividades do membro não afetado e condicionamento geral (ex.: fortalecimento de core e membros superiores) para facilitar retorno às atividades.
Controle de expectativas: consolidação óssea e recuperação completa da força podem levar meses; retorno ao esporte de alta demanda costuma ser mais tardio e dependerá de critérios funcionais.
Conclusão e chamada para ação
Se você está na fase de recuperação de uma fratura de tíbia/fíbula, o caminho para “voltar a andar” é individualizado, guiado pelo tipo de fratura, pela estabilidade da fixação e por um plano de reabilitação bem conduzido. A fisioterapia precoce e orientada, associada à progressão controlada da carga, é a estratégia com melhores resultados funcionais quando aplicada corretamente.
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